A importância do plantio direto e as condições ambientais

Em meados dos anos 70 ainda era comum se ver os pequenos produtores rurais após a colheita da soja, trigo, milho, feijão, arroz etc., juntarem a palhada deixada para traz e atear fogo. Era essencial deixar o terreno limpo para que pudesse arar, nivelar, tombar a terra para fazer o plantio convencional.

Foto:José da Cunha Medeiros

Plantio Direto sobre palha de milho

Somente com implantação de tecnologias inovadoras, através de órgãos como Embrapa que não mediram esforços para levar aos produtores e sociedade, que a adoção do plantio direto preserva-se a biodiversidade e mantém a qualidade de rios e vias públicas.

Um fator preponderante para que o produtor fosse incentivado a praticar a tecnologia do plantio direto na região Sul do Brasil, foi a implantação das Cooperativas Agrícolas. Em 1970 foi fundada em Campo Mourão no Paraná a Coamo - Cooperativa Agroindustrial que se tornou a maior cooperativa da América Latina.

As cooperativas são formadas por um grupo de associados ou cooperados com objetivos comuns de adquirir insumos agrícolas, novas tecnologias e créditos para o desenvolvimento da lavoura e melhor produtividade.

Em algumas regiões do Brasil o plantio direto é conhecido há muito tempo, pois essa técnica foi introduzida no nosso país no início dos anos 70 na Região Sul. O Sistema Plantio Direto (SPD) surgiu primeiramente com o objetivo de combater a erosão que resulta do controle de escorrimento da água da chuva e consequentemente auxiliar também na preservação do meio ambiente.

O Sistema plantio direto, é um sistema de manejo do solo onde a palha e os restos vegetais são deixados na superfície do solo. O solo é revolvido apenas no sulco onde são depositadas sementes e fertilizantes. As plantas infestantes são controladas por herbicidas. Não existe preparo do solo além da mobilização no sulco de plantio.

Considera-se que para o sucesso do sistema são fundamentais a rotação de culturas e o manejo integrado de pragas, doenças e plantas invasoras.

Porém não é somente pelos benefícios ao meio ambiente que muitos agricultores que plantam milho, soja, trigo, feijão e arroz estão adotando o Plantio Direto. Há uma série de outras vantagens como:
-Melhor retenção de umidade havendo maiores rendimentos em anos secos.

-Não ocorrência de erosão e, portanto, não há necessidade de replantio, que implica em novo preparo de solo com conseqüente maior gasto de combustível, sementes e adubos. Isto levará a um aumento considerável nos custos de produção e não livrará o agricultor de fracasso na safra devido ao plantio fora de época.

-Mais tempo para semear (enquanto no Plantio Convencional é possível semear 3 a 6 dias após uma chuva forte, no Plantio Direto é possível semear 6 a 12 dias após uma chuva).

-Aproveitamento de melhores épocas de plantio e no plantio de maior área no mesmo espaço de tempo, principalmente quando ocorrem chuvas esparsas.

O Plantio Direto compreende um conjunto de técnicas integradas que visam melhorar as condições ambientais (água-solo-clima) para explorar da melhor forma possível o potencial genético de produção das culturas.

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