Preço do trigo cai 28% e governo estuda ajuda para comercialização

Os preços do trigo caíram 28,5% desde o início do plantio, em meados de abril, até agora quando se inicia o período de comercialização, situação que está provocando insegurança e preocupação entre os produtores. Em quatro meses, a cotação do grão, que estava em R$ 41,83 a saca de 60 quilos, caiu para R$ 29,90, conforme avaliação média dos atacadistas no Paraná no último dia 15.

Para evitar ainda mais a queda no preço do grão, conforme indicam as tendências econômicas, o secretário da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini, e o presidente da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), João Paulo Koslovski, enviaram ofício ao ministro da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento, Reinhold Stephanes, solicitando a liberação de instrumentos de apoio à comercialização do trigo.

Está sendo solicitada a liberação do Prêmio de Escoamento do Produto (PEP), que auxilia o custo do transporte. O objetivo desse instrumento é viabilizar o escoamento da safra para regiões consumidoras de trigo distantes dos locais de produção.

Também foi solicitada a liberação de EGF (Empréstimo do Governo Federal) - para formação de estoques de trigo, com prazo de vencimento a partir de abril de 2009 - e AGF (Aquisição do Governo Federal), que permite a compra de trigo dos produtores e suas cooperativas.

O secretário Valter Bianchini salienta que o produtor deve ser amparado pela política de preços mínimos anunciada no Plano Nacional do Trigo, quando o governo fez um chamamento aos produtores brasileiros para que aumentassem o plantio do cereal. Como resposta, a área cultivada cresceu 26,5% e a produção nacional deverá atingir 5,4 milhões de toneladas, volume que corresponde a 50% do consumo nacional de trigo.

O Paraná é o maior produtor de trigo do País e a área cultivada na safra 2008 foi de 1,1 milhão de hectares, que correspondeu a uma expansão de 35,8%. A produção deverá alcançar 2,8 milhões de toneladas, um aumento de 49% em relação à safra passada.

Importação - Bianchini e Koslovski solicitaram ainda ao ministro que não seja concedida a prorrogação do prazo para importação do trigo dos países de fora do Mercosul, sem incidência da Tarifa Externa Comum (TEC). Alguns setores estão pedindo a prorrogação desse prazo ao Ministério da Agricultura, mas o fato é que a oferta de trigo existente na área do Mercosul não justifica mais essa importação.

A Argentina tem uma oferta de 9,5 milhões de toneladas de trigo e mais 500 mil toneladas do Uruguai e Paraguai, frente a uma necessidade de importação brasileira, estimada em 5,5 milhões de toneladas, calculou Bianchini.
Fonte:www.tribunadointerior.com.br

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